“Através da dança resgatamos a autoestima e abordamos a questão da sexualidade”. Esse é o principal objetivo da Associação MILCA (Movimento Itapecericano de Luta contra a Aids), segundo a diretora do movimento Mary Ângela Castilho.
Cerca de 32 meninas de 11 a 17 anos participam do projeto No ritmo da prevenção e aprendem a como lidar com o principal desafio de sua vida: a sexualidade. Além de receberem conselhos da assistente social Lea, as meninas aprendem a dançar e se apresentam em eventos da cidade.
De acordo com Mary todas as meninas antes de participarem do projeto realizaram exames de ortopedia e oftalmologia. “A dança facilita o processo de aprendizagem, pois na medida em que elas passam a se respeitar e conhecem os seus direitos, elas impõem limite ao homem, que muitas vezes engravida a jovem e não assume o compromisso. Mais de 50% dos homens culpam as jovens pela gravidez”, explicou.
Sem patrocínio e apoio da prefeitura, a associação não conta com uma sede própria. “Anteriormente tínhamos um espaço exclusivo para a associação no Parque Paraíso, mas devido o espaço ser cedido pela prefeitura, o prefeito não quis mais emprestar o lugar e deixou a associação sem sede. Na antiga oferecíamos suporte as escolas com distribuição de kits, elaborávamos cartilhas referente a cada assunto, distribuíamos preservativos para os jovens. Foi muito triste quando nos colocaram na rua, mas com muito amor continuo a ensinar essas jovens”, ressaltou Mary Ângela.
O projeto que é desenvolvido através da Secretaria do estado da saúde tem duração prevista de dois anos e conta também com a participação da Assistente Social Lea. “Por meio da comunicação, imagens e preservativos ensino sobre o sistema reprodutor, adolescência, puberdade, reprodução humana, planejamento familiar, DSTS (Doenças sexualmente transmissíveis) e métodos contraceptivos. A partir do ensinamento, as jovens são multiplicadoras de informação para a prevenção da AIDS”, disse a assistente social Lea.
Segundo ela, algumas meninas se transformaram. “Algumas eram muito tímidas, agressivas. Agora elas estão com a autoestima elevada, as mães contam que o relacionamento na escola e em casa melhorou. O único empecilho é estar sem sede há um ano, porque com essa conquista conseguiríamos manter o projeto sem maiores dificuldades”, finalizou.
Satisfeita Leonice Ferreira Gomes, mãe de duas jovens integrantes do projeto afirma que as filhas estão se desenvolvendo tanto em casa quanto na escola. “Acho ótimo porque desenvolvem, se tornam mais responsáveis com as suas atitudes e se preocupam com a alimentação”, justifica.